Na manhã desta quinta-feira (14), agentes estiveram em Santo Amaro. Apesar da redução no número de casos, índice de infestação continua alto.
O ano começou com menos casos notificados de dengue no Recife. Ainda assim, a capital segue em estado de alerta, de acordo com o Ministério da Saúde. Agentes ambientais da Secretaria Executiva de Vigilância à Saúde da capital pernambucana participam de um mutirão para evitar que os casos se multipliquem. Nesta quinta-feira (14), três equipes se uniram para cobrir o bairro de Santo Amaro.
O supervisor Joelson Alves explica que, além dos agentes de Santo Amaro, os da Boa Vista e do Bairro do Recife participam do mutirão. “É uma área carente, que enfrenta problemas de saneamento e de abastecimento de água. As pessoas armazenam muita água em casa, geralmente um depósito para o dia a dia, outro para quando faltar”, explica Alves. Estatísticas da Vigilância Sanitária mostram que 80% dos focos do Aedes aegypti estão dentro das residências.
De acordo com a Secretaria da Saúde do munícipio, o chamado Índice de Infestação Predial (IIP), que mostra a relação entre os imóveis vistoriados e aqueles onde a presença de focos do Aedes aegypti foi confirmada, deve ser inferior a 1%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, o Recife tem IIP 3,5 vezes superior ao desejado, daí a necessidade de um combate maior.
Com o rodízio de água, implantando na capital desde o dia 1º de março, a vigilância precisa ser ainda mais acurada. O catador José Rodrigues Silva, 59 anos, pede sempre aos agentes que passem em sua casa quando acha que os mosquitos estão se proliferando. “Meu cunhado quase morreu de dengue hemorrágica, não quero correr o risco”, afirma o catador, que nunca teve dengue. “Mas me preocupo, meu vizinho acumula água e não deixa os agentes entrarem”, reclama Silva.
Apesar de não ter larvas, há ovos em recipiente
O bairro é completamente coberto pela vistoria a cada dois meses, explica o supervisor, mas alguns locais recebem visitas mais frequentes dos agentes. “São construções de grande porte, ferro-velhos, locais de reciclagem, que acabam acumulando mais água e precisam de uma atenção maior”, diz Alves.
Trabalhando há cinco anos no bairro, o agente ambiental Neemias Gomes conta que a ajuda da população é essencial. “Boa parte das pessoas já está conscientizada, mas tem aqueles que não deixam a gente entrar. Sabemos que tem foco, mas precisamos de autorização para poder entrar”, ressalta Gomes.
A dona de casa Josefa Maria de Lima tem orgulho de mostrar o papel em que são registradas as visitas para o combate à dengue. “Eu nunca tive, Deus me livre. Eles têm um trabalho muito importante, todo mundo por aqui tem água guardada”, conta a dona de casa.
Agentes percorrem casas, de porta em porta
Reforço
Em fevereiro, o número de agentes ambientas de combate a endemias subiu de 795 para 927, com a nomeação dos agentes aprovados no último concurso. Junto com os antigos agentes, a ação de combate inclui a colocação de armadilhas - as chamadas ovitrampas - para monitorar a presença do mosquito Aedes aegypit, o uso de larvicida em domicílios e estabelecimentos comerciais e a orientação da população quanto à manutenção das ações de prevenção, que devem acontecer durante todo o ano.
Em fevereiro, o número de agentes ambientas de combate a endemias subiu de 795 para 927, com a nomeação dos agentes aprovados no último concurso. Junto com os antigos agentes, a ação de combate inclui a colocação de armadilhas - as chamadas ovitrampas - para monitorar a presença do mosquito Aedes aegypit, o uso de larvicida em domicílios e estabelecimentos comerciais e a orientação da população quanto à manutenção das ações de prevenção, que devem acontecer durante todo o ano.
O mutirão passou pelos bairros de Roda de Fogo e Bongi, na quarta-feira (13). Nesta quinta, serão visitados Santo Amaro e Cohab (URs 4 e 5), enquanto na sexta (15) será a vez do Alto José Bonifácio e de Água Fria.
Números
Nas três primeiras semanas deste ano, a Secretaria de Saúde do Recife notificou 14 casos de dengue; no mesmo período de 2012, foram 1.443 ocorrências no município. Ao todo, em 2012, foram 12.340 casos notificados, 48,2% a mais do que em 2011, quando foram 8.326 ocorrências. Em relação ao total de casos confirmados, foram 7.485, em 2012, e 4.464, em 2011.
Nas três primeiras semanas deste ano, a Secretaria de Saúde do Recife notificou 14 casos de dengue; no mesmo período de 2012, foram 1.443 ocorrências no município. Ao todo, em 2012, foram 12.340 casos notificados, 48,2% a mais do que em 2011, quando foram 8.326 ocorrências. Em relação ao total de casos confirmados, foram 7.485, em 2012, e 4.464, em 2011.
Em 2012, os bairros que acumularam mais ocorrências foram Ibura (758), Boa Viagem (646) e Cohab (517), na Zona Sul; Jardim São Paulo (514) e Várzea (439), na Zona Oeste; e Dois Unidos (495), Campo Grande (484), Água Fria (439), Nova Descoberta (406), Casa Amarela (387) e Campina do Barreto (377), na Zona Norte. Somados, eles correspondem a 31,4% do total de casos notificados no ano passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário